quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Manual_07_Publicidade

A Publicidade no Rádio

Em 1932, o compositor e cartunista Antônio Nássara ajudou a mudar os rumos do Rádio no Brasil ao improvisar um fado ao vivo para anunciar uma marca de pão do Rio de Janeiro. A letra era a seguinte: "Oh padeiro desta rua, tenha sempre na lembrança, não me traga outro pão, que não seja o Pão Bragança". Foi um sucesso o primeiro jingle (anúncio cantado) do Rádio.
Ainda naquele ano, no dia 1º de março de 1932, foi lançado o Decreto nº 21.111, que autorizou a Publicidade e regulamentou o Decreto nº 20.047, de maio de 1931. Era a prova de que o Governo do Presidente da República, Getúlio Vargas, se preocupava seriamente com o Rádio. A regulamentação da Publicidade dava maior solidez ao lado financeiro das emissoras e ajudava-as a se popularizarem.
De acordo com o decreto, era autorizada a veiculação inicialmente, em 10% da programação. Logo depois, esse índice foi aumentado para 20% e de 1985 até hoje, esse índice chegou à casa dos 25%. Com o faturamento, as rádios deixaram de ser amadoras e se profissionalizaram.
Mas não foi apenas isso. Desde que assumiu a Presidência, na Revolução de 1930, Getúlio Vargas manteve o Rádio entre as áreas de controle direto. Durante o Estado Novo (1937-1945), iniciado com um golpe de estado, Getúlio usou o Rádio para fazer propaganda de suas ideologias políticas.
O programa A Hora do Brasil (hoje A Voz do Brasil), era essencialmente cultural e foi criado em 1937 para ser o divulgador oficial do Governo, especialmente dos discursos de Getúlio. Transmitido inicialmente nas sextas-feiras em cadeia nacional, o programa logo se tornou de transmissão diária e obrigatória, até os dias atuais. Recentemente, uma campanha foi deflagrada contra A Voz do Brasil , com o slogan : "Voz do Brasil, obrigado, não"!
Na década de 1930, os minutos finais da Hora do Brasil eram culturais, dedicadas à transmissão de sucessos da Música Popular Brasileira. A participação de artistas de prestígio no programa foi outra forma encontrada por Getúlio Vargas para estar sempre presente junto à população.

Fonte: FERRARRETTO, Luiz Artur. Rádio: Veículo, História e Técnica
TAVARES, Reynaldo. Histórias que o Rádio não contou
site Midia Rádio

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